quarta-feira, 28 de setembro de 2011

El Desdichado, Nerval traduzido por Bandeira

Eu sou o tenebroso, - o viúvo, - o inconsolado
Príncipe d'Aquitânia, em triste rebeldia:
É morta a minha estrêla, - e no meu constelado
Ataúde há o negror, sol da melancolia.

Na noite tumular, em que me hás consolado,
O pausílipo, a Itália, o mar, a onda bravia,
Dá-me outra vez, - e dá-me a flor do meu agrado
E a ramada em que a rosa ao pâmpano se alia...

Sou Byron? Lusignan? Febo? O Amor? Advinha!
As faces me esbraseia o beijo da rainha:
Cismo e sonho na gruta em que a sereia nada...

Duas vêzes o Aqueronte, - é o grande feito meu, -
Transpus a modular, nesta lira de Orfeu,
Os suspiros da santa e os clamores da fada...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

trecho de Os 120 Dias de Sodoma, Marquês de Sade

"Estou sozinho aqui, estou no fim do mundo, longe de todos os olhares e sem que nenhuma criatura possa chegar até mim; nada mais de freios, nada mais de barreiras."