quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ver, de Kandínski

o Azul, o Azul se alçava, se alçava e caía.
O Agudo, o Fino assobiava e penetrava, mas não saía.
De todos os lados ressoava.
O Marrondenso como que suspenso para sempre.
        Penso. Penso.
Abre ainda mais amplo os braços.
      Amplo. Amplo.
Cobre o teu rosto com um lenço vermelho.
E pode ser que nada se tenha ainda movido:
                              só você se moveu.
O branco salto após o branco salto.
E após o branco salto ainda um branco salto.
E neste branco salto um branco salto. Em cada
             branco salto um branco salto.
E este é o mal, é que não vês o turvo.
            no turvo é que ele está.
É aí que tudo começa..............................................
............................................Rompeu-se ................









retirado de Poesia Russa Moderna, organizado por Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman.

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