Bendita seja a faca no fruto do ventre
Da mãe do filho podre, do filho da puta;
Bendita seja a santa ira, porque dentre
Todos os deuses, perdoa a fúria da luta.
Nas tripas da maldade Ela se enfia e fere
A ferro e fogo e espalha a merda que, simbólica,
Alude ao fel que há na mente diabólica
Do desgoverno mal que no bem se interfere.
Por isso bebo sangue e peço que ma envie.
Que a faca eu desembanhe num só golpe certo;
Que a ira irrecusável me tome, inebrie.
Que o bode expiatório tenha o corpo aberto
Num ritual de remissão que desagrave
A Peste que nos mata (e sua morte nos salve).
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Pintura: Judith com a cabeça de Holofernes, Vincenzo Catena (1525)
via Kamilly no face
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