segunda-feira, 12 de outubro de 2020

"A íris selvagem", de Louise Glück, tradução de Camila Assad

 "No final do meu sofrimento

havia uma saída.

Me ouça bem: aquilo que você chama de morte
eu me recordo.

Mais acima, ruídos, ramos de um pinheiro se movendo.
Então, nada. O sol fraco
cintilando sobre a superfície seca.


É terrível sobreviver
como consciência,
enterrada na terra escura.

Então tudo acabou: aquilo que você teme,
se tornando
uma alma e incapaz
de falar, encerrando abruptamente, a terra dura
se inclinando um pouco. E o que pensei serem
pássaros lançando-se em arbustos baixos.

Você que não se lembra
da passagem de outro mundo
eu te digo poderia repetir: aquilo que
retorna do esquecimento retorna
para encontrar uma voz:

do centro de minha vida veio
uma vasta fonte, azul profundo
sombras na água do mar azul. "



Via camile via https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2020/10/08/leia-poemas-traduzidos-de-louise-gluck-vencedora-do-premio-nobel-de-literatura-2020.ghtml




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