segunda-feira, 12 de outubro de 2020

O Encontro, de Louise Glück, USA (1943), tradução de Jorge Sousa Braga

Chegaste à beira da cama

e sentaste-te a olhar para mim.

E então beijaste-me – e eu senti

como se fosse cera quente na minha testa.

Queria que ela deixasse uma marca:

foi assim que soube que te amava.

Porque queria ser queimada, carimbada,

ficar com alguma coisa no fim -

Passei o vestido por cima da cabeça;

um rubor vermelho cobriu o meu rosto e os meus ombros.

Seguirá o seu curso, o curso do fogo,

colocando uma moeda fria na testa, entre os olhos.

Deitas-te a meu lado; a tua mão move-se sobre o meu rosto

como se também o sentisses -

apercebeste-te então, do quanto te desejava.

Saberemos sempre isso, tu e eu.

A prova será o meu corpo.



Via camile via opoemaensinaacair

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