X
Amada vida:
Que essa garra de ferro
Imensa
Que apunhala a palavra
Se afaste
Da boca dos poetas.
PÁSSARO-PALAVRA
LIVRE
VOLÚPIA DE SER ASA
NA MINHA BOCA.
Que essa garra de ferro
Imensa
Que me dilacera
Desapareça
Do ensolarado roteiro
Do poeta.
PÁSSARO-PALAVRA
LIVRE
VOLÚPIA DE SER ASA
NA MINHA BOCA.
Que essa garra de ferro
Calcinada
Se desfaça
Diante da luz
Intensa da palavra.
PALAVRA-LIVRE
Volúpia de ser pássaro
Amada vertiginosa.
Asa.
XI
Se o teu, o meu, nosso do tigre
Se fizesse livre, como seria?
Se convivesses unânime
Como as estrias do dorso
Desse tigre
Convivem com seu todo
Te farias mais garra?
Ou mais crueza? Ou nasceria
Em ti uma outra criatura
Límpida, solar, ígnea?
Tentarias a sorte de saltar
Em direção à Vega, Canópus?
Te chamarias tigre ou Homem?
Homem: reverso da compulsória
Fome do tigre.
Homem: alado e ocre
Pássaro da morte.
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